quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. (Jo15, 9)

Foi trabalhar para todos, mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo, nessa esquisita batalha.
Suas canções e seu nome, Por onde a glória os espalha?
  Ambição gera injustiça, injustiça, covardia.
  Dos heróis martirizados nunca se esquece a agonia.
  Por horror ao sofrimento, ao valor se renuncia.
   E, à sombra de exemplos graves. Nascem gerações opressas.
  Quem se mata em sonho, esforço. Mistérios, vigílias, pressas?
  Quem confia nos amigos? Quem acredita em promessas?
   Que tempos medonhos chegam, depois de tão dura prova?
   Quem vai saber, no futuro, o que se aprova ou reprova?
   De que alma é que vai ser feita essa humanidade nova?




Convivemos com a desigualdade, preconceito, como se fosse algo normal, maioria é esquecida, mas você ainda fica calado; até porque pimenta nos olhos do outro é refresco. Vai vendo.


(trecho de Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles)

(Ilustração - Daniel Vasconcellos)  

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